segunda-feira, 29 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Circuito de Teatro em Monteiro Lobato
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O ritual do Café
Estampa-se o sol em delicados raios
Sobre o mármore branco e liso da cozinha.
Suavemente me debruço e uma porta abro,
Suavemente me debruço e uma porta abro,
Recolho a chávena fina e o florido prato.
Ergo o meu braço e num voo livre,
No gesto de um armário desvendar,
Recolho o nobre pó de inebriante aroma.
Alongo a mão que a gaveta encontra,
E dela escolho, enfim, a colher mais bela,
Brilhante, pequena, com terno recorte.
Tudo coloco em ordem e harmonia:
O prato tranquilo e a expectante chávena,
Nesta, o torrado grão moído, de castanho intenso.
No açúcar rico, centro o meu cuidado,
A montanha branca transportando, pura,
Em bojuda prata que doce se inclina.
E luzem cristais em cascata linda!
Depois, a água borbulhante, quente,
Depois, a água borbulhante, quente,
A mistura inunda, dissolvendo-a
Em espirais de espuma que a colher adorna.
Café! Café! Precioso encanto!
Em dégagé devant te cumprimento,
Em dégagé devant te cumprimento,
Os meus braços lanço em acolhimento grato.
Da janela aberta me acerco então.
Da janela aberta me acerco então.
Tão bela é a vista que o Outono pinta no jardim!
Castanho da terra e verde das plantas unem-se À água que brilha em bebedouro antigo.
Aspiro, feliz, da manhã tranquila, o seu odor
Aspiro, feliz, da manhã tranquila, o seu odor
A quente café e à relva orvalhada.
Olho o céu e sorvo um gole, outro e outro.
E assim me quedo, por instantes longos.
E assim me quedo, por instantes longos.
Entre o prazer forte do café e a doçura da manhã
Mais um dia de vida se inicia!
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